Por volta da decáda de 90, ocorreram muitas incertezas em uma das maiores empresas corporativas do Brasil, que fabricavam bebidas, conhecidas como Brahma e a Antarctica.
O par era formado por Marcel Hermann Telles ( presidente da Cervejaria Brahma) e Victorio de Marchi ( diretor- executivo da Antarctica Paulista), se unirão para assuntos debatidos publicamente para futuras fusões resultando em (American Beverage Company), resumidamente chamado como Ambev.Alguns numeros para demonstrar o tamanho da organização que estava prestes a se formar, contaria com vendas combinadas de US$ 8,4 bilhões, impedindo o crescimento de seus concorrentes domésticos, reivindicando 70% do mercado brasileiro de cervejas e quase 40% de todo o mercado nacional de bebidas.
A mão-de-obra combinada compreendia 17.000 funcionários, 50 fábricas produziam 8,9 milhões de litros de cerveja por ano. A linha de produtos não era menos impressionante, constituido de 37 marcas de cerveja, 40 marcas de refrigerantes, 7 marcas de água mineral, 7 variedades de sucos naturais, 8 bebidas isotônicas esportivas e 10 diferentes tipos de chá.
A idéia partiu através de um debate que ocorria em maio de 1999, onde Telles e De Marchi, se encontravam para discutirem sobre a globalização e questões econômicas e politicas, que desafiaram as empresas brasileiras. Contrataram dois executivos para que mantessem em segredo o projeto chamado de " Projeto dos Sonhos", que seriam um gerente jovem e agressivo e um executivo mais velho porem mais razoavel e mais conservador para representa-los na equipe.
O objetivo era equilibrar ousadia e experência e, após 40 dias, a equipe conjunta chegou a um acordo, e o plano da fusão se tornou público.
O governo, porém, ainda consciente da forte oposição à fusão, moveu-se com cuidado. O CADE, órgão brasileiro de regulamentação antitruste, analisou atenciosamente a fusão proposta por um periodo de quase 10 meses, nesse tempo Telles e De Marchi teriam que administrar separadamente sua empresa, enquanto juntos defendiam seu caso perante o CADE.O CONTEXTO BRASILEIRO
Depois de quatro décadas de restrições nas importações, a economia brasileira passou por um processo de liberação rápida no começo dos anos 90.
Muitas barreiras de importação foram quebradas iniciando o maior processo de privatização do mundo. Sendo assim, as empresas brasileiras tiveram que enfrentar os concorrentes internacionais que tinham tecnologia superior, maior economia por escala, acesso a capitais mais baratos e sistemas gerenciais mais eficientes, não foi surpresa nessa algumas empresas brasileiras não saberem se adequarem aquela situação e tiveram que fechar as portas.
OS PRINCIPAIS PARTICIPANTES
Brahma - Parceiro Dominante
Fundada em 1888 no Rio de Janeiro pelo suiço Joseph Villiger, a Cervejaria Brahma cresceu muito no mercado brasileiro por quase um século. Em 1989, a Brahma foi adquirida por um grupo de investidores liderados por Jorge Paulo Lehmann, transformando a organização e adotando um novo conjunto de valores baseados em meritocracia competitiva e em um foco quase obsessivo em desempenho.
Nos anos seguintes à aquisição, a Brahma tornou-se uma empresa agressiva e empreendedora, marcada internamente por uma cultura informal. Os niveis de produtividade subiram de 1.200 para 8.700 hectolitros por funcionário, batendo todos os recordes do setor.
Antarctica - O Parceiro

Fundada em 1885, por um grupo de amigos de São Paulo, a Companhia Antarctica Paulista permaneceu como uma empresa altamente conservadora, uma antítese cultural.
Desde o inicio dos anos 90, a empresa vinha perdendo participação no mercado, sua resposta foi buscar aliança com a empresa Anheuser- Busch, com o intuito de aumentar a participação acionária do norte- americano na empresa brasileira.
Ocorreu uma grave turbulencia economia que abalou o Brasil, ocorrendo a desvalorização da moeda, forçando o parceiro a desfazer a relação.
Kaiser - A Jovem
Lançada em 1982 como um empreendimento colaborativo entre diversas franquias da Coca-Cola, a cervejaria cresceu até se tornar a maior concorrente da Ambev no mercado brasileiro.
Os fundadores criaram a cervejarias Kaiser para capitalizar em uma oportunidade percebida para alavancar sua rede de distribuição de refrigerantes já existentes para vender, desenvolver e comercializar uma nova marca de cerveja.
Em 1990, a Kaiser juntou-se com a Heineken, trazendo para o Brasil a tecnologia que tinha dado à empresa holandesa o segundo lugar na lista global de cervejarias. Isso permitiu à Kaiser oferecer uma cerveja com o mesmo sabor especial encontrado em suas equivalentes proeminentes e populares na Europa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário